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sexta-feira, 5 de março de 2010

REFLETINDO       

O tempo da baforada

João Ricardo Correia
Jornalista

A fumaça do cigarro, depois de mais uma baforada, cobria-lhe o rosto e provocava tosse. Era tarde da noite. O dia estava pronto para adormecer, mas as dores nas costas, o cansaço nas pernas e os vários afazeres não o deixavam relaxar. Que dia duro tivera! Acordou antes do galo, lavou o rosto, escovou os dentes e preparou o café. Ele podia esquecer qualquer coisa, mas o “pretinho” era sagrado para confirmar o começo de um novo dia.

        Da janela da sala, viu o céu escuro, quase negro. As estrelas haviam dado uma volta, não tinha uma nem pra fazer um chá. Um novo cigarro foi aceso e o fumaceiro desenhou nuvens em seu pensamento. Lembrou-se dos tempos de menino, quando soltava pipa, brincava de roladeira e jogava bola com os colegas da escola. Época boa, aquela. A única obrigação era estudar; o resto, os pais seguravam a peteca.

        Mas os anos se foram ligeiros, como água sumindo no ralo. Quando a idade avança é que percebemos o que já vivemos... Mas que estranho, logo a fumaça do cigarro, esse magrelo que faz tanto mal à saúde, é que alimentou a memória do nosso amigo, que dá vida a essa narrativa. A fumaça fazendo surgir imaginação, desenhando no céu fechado, nos faz ver também como os episódios bons parecem durar pouco, como aqueles desenhos que imaginávamos lá em cima, sobre o azul do mesmo céu, que iam embora à medida que as nuvens se desfaziam.

        Coisas da vida, coisas de um tempo que se foi. Não somos nada diante da grandeza do universo. Essa gigantesca obra de Deus nos transforma em pingos d’água num oceano. Embora alguns insistam em se achar donos do mundo e só pisam no chão porque não conseguem voar, tamanha a prepotência que carregam na alma, somos todos fumaças que se desfarão mais cedo ou mais tarde.

        E assim como os pensamentos que inundam nossa mente vez em quando, e se dissipam tão velozmente, podemos passar pela vida da mesma forma. Depende de nós a importância que vamos dar ao nosso ciclo na terra.

        O futuro é incerto. Sabemos que existe, mas não temos como antecipá-lo; portanto, devemos nos cuidar hoje, para que amanhã, quando formos apenas lembrança transformada em saudade, não possamos ser vistos como fumaça que polui, mas como uma fumaça que tem o poder de criar sensações agradáveis, mesmo que tenham a duração de uma baforada, antes do novo amanhecer.

quarta-feira, 3 de março de 2010

REPORTANDO

Ministro defende o uso de alternativas energéticas para proteger Caatinga

Lisiane Wandscheer
Agência Brasil

        Brasília - O Ministério do Meio Ambiente anunciou ontme os primeiros dados do monitoramento do Bioma Brasileiro da Caatinga. De acordo com o ministro Carlos Minc, o principal fator de desmatamento da Caatinga é o energético, o uso da mata nativa para fazer lenha e carvão.

        “Não haverá solução para a defesa da Caatinga sem mudar a matriz energética, com o uso de energia eólica, de pequenas centrais hidrelétricas e do gás natural”, afirmou o ministro.

        A taxa anual de desmatamento da Caatinga entre 2002 e 2008 foi de 2.763 quilômetros quadrados (km²), com emissão média de 25 milhões de toneladas de carbono.

        Segundo dados do ministério, a maior parte do carvão é usada em siderúrgicas de Minas Gerais e do Espírito Santo, no polo gesseiro e no cerâmico do Nordeste e também em pequenas indústrias que usam lenha e carvão. Outra fonte de desmatamento é a pecuária, principalmente a bovina, que está associada ao corte raso da Caatinga.

        O ministro informou que, de hoje sexta-feira (5), serão discutidas, simultaneamente em Juazeiro do Norte e em Petrolina (Pernambuco), soluções para combater o desmatamento e investir no uso sustentável da Caatinga.

        Entre as medidas que serão defendidas está a criação do Fundo Caatinga, proposto pelo Banco do Nordeste do Brasil, e de um fundo de combate à desertificação, proposto pelo Banco do Brasil.

        “Nós pleitearemos que o Fundo de Mudanças Climáticas, que tem R$1 bilhão, assinado pelo presidente Lula no final do ano passado, tenha metade de seu valor destinado ao Nordeste, região que será mais afetada pelas mudanças climáticas”, disse Minc.

        A Caatinga é um ecossistema existente apenas no Brasil e abrange os estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, da Paraíba, de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e da Bahia, além do norte de Minas Gerais, ocupando 11% do território nacional. A flora desse bioma tem 932 tipos de plantas e a fauna, 148 mamíferos e 510 aves.

terça-feira, 2 de março de 2010

ANOTANDO

CARÃO
Arcebispo de Natal, Dom Matias Patrício, mandou um recado aos pastores da igreja católica na manchete principal do vespertino O Jornal de Hoje, que circula em várias cidades do Rio Grande do Norte. Ele disse que padres não devem deixar que os políticos usem as igrejas como palanques.

MISSIONÁRIA
Como editor deste blog, entrevistei a cantora Eliana Ribeiro, missionária da Canção Nova, que fez show em Natal no sábado passado, para um ginásio esportivo lotado. Simpática, inteligente, comunicativa, ela tem tudo para ganhar espaço na chamada "mídia católica"

MISSIONÁRIA 2
Lembrei-me da primeira vez que entrevistei o padre Fábio de Melo aqui em Natal, em outubro de 2007, quando ele ainda não era famoso. Eram pouco mais de três mil pessoas e nenhum político deu a mínima importância. Hoje, onde o padre está tem um batalhão de candidatos querendo tirar uma casquinha. Na mais recente vez que ele esteve na capital do RN, dia 25 de dezembro passado, se brinca estava até o papagaio do primo do marido da conhecida da empregada do motorista da governadora e da prefeita da capital, uma vergonha.

MISSIONÁRIA 3
Tomara que Eliana Ribeiro não se deixe contaminar com a podridão desses políticos sem caráter que estão espalhados Brasil afora.

DEFICIÊNCIA
O município de Parnamirim tem sido "premiado" pela incompetência da Companhia de Serviços Elétricos do RN (Cosern). Vários bairros sofrem com a falta de energia, pelo menos, uma vez por semana.

MUNGANGA
Um bando de gente se reuniu em Natal, recentemente, para um "encontro de twitteiros". E como estamos a poucos meses das eleições, sobraram candidatos distribuindo simpatia, ladeados por seus puxa-sacos oficiais e extra-oficiais. Um pânico. Com direito até à presença de Sabrina Sato.

FANTASMA
Tem unidade de saúde pública de Natal emitindo solicitações de exames e solicitando entrega de remédios em papéis assinados por um médico que não trabalha mais no local há dois anos. Tem um espertinho metendo a caneta, mas pode terminar atrás das grades. Aguardemos.

O JORNAL DE HOJE
Para quem ainda continua achando que o jornalista Marcos Aurélio de Sá vai fechar um dos seus jornais diários, que circulam no Rio Grande do Norte, uma notícia: continuarão as duas edições e com muitas novidades até o final de março.

DROGAS
Acompanhe todos os passos do seu filho, sem sufocá-lo, sem pressioná-lo, mas sabendo de tudo que o cerca, principalmente as companhias. É um bom começo para evitar que ele tenha contato com o mortal mundo das drogas.

AUDIÊNCIA
Radialista "Jair Bala" continua fazendo sucesso a partir das 9 horas dos sáabdos, na 87.7 (Parnamirim FM), com programa dedicado ao público evangélico do RN.

REFLEXÃO
Cemitério é campo santo, lugar sagrado. Lá, corpos são plantados para alimentar histórias, sonhos, esperanças e a certeza que existem amizades sinceras.

segunda-feira, 1 de março de 2010

ENTREVISTANDO

BARCO A VELA EM NATAL
Eliana Ribeiro lança DVD em ginásio lotado

        O ginásio de esportes do Colégio Salesiano São José, no bairro da Ribeira, lotado, transformou-se numa festa no sábado à noite, para o lançamento do CD/DVD “Barco a Vela”, de Eliana Ribeiro, cantora e missionária da Canção Nova. Depois de Cachoeira Paulista, sede da Comunidade, Natal foi a primeira cidade a assistir ao show. Três mil pessoas cantaram, louvaram, rezaram, refletiram, aplaudiram, dançaram e se emocionaram.

        Caravanas de várias cidades do interior participaram do evento, que iniciou as comemorações de 10 anos da Canção Nova na capital do Rio Grande do Norte. Eliana Ribeiro é uma capixaba de 33 anos que depois de uma vida “desregrada”, como ela conta, teve o que chama de um “encontro pessoal com Deus” e desde 1999 integra a Comunidade que há trinta anos começou no interior de São Paulo, pelas mãos do então padre - atualmente monsenhor - Jonas Abib. Hoje, a CN comanda um sistema de comunicação que avança mundo afora, levando os ensinamentos de Jesus Cristo, sustentado por doações e venda de produtos como livros, CDs, DVDs, camisetas...

        A apresentação começou às 20h15 e terminou duas horas depois. O calor não desanimou ninguém e a música “Chuva de graça”, já perto do final, refrescou as centenas de pessoas que pulavam e batiam palmas. Eliana Ribeiro demonstrou-se surpreendida pela receptividade do público. Seu mais recente trabalho foi lançado em dezembro passado. Na manhã do sábado, a evangelizadora recebia a notícia da vendagem de 70 mil DVDs e 60 mil CDs. “Você tem certeza que é tudo isso?”, perguntou à diretora da Canção Nova em Natal. “Acabei de ter a informação lá de São Paulo. Para a gente, aqui em Natal, não é surpresa, porque a procura pelos seus discos é enorme e o povo daqui te ama”, respondia Alexandra Silva. O material que leva o nome Eliana Ribeiro tem venda restrita às lojas e livrarias da Canção Nova, daí sua surpresa. Cinco dos músicos que participaram do “Barco a Vela” acompanharam Eliana Ribeiro: Samuel Ferreira (baixo), Fábio Rabello (sax), Cristian Lopes (teclado), Rinaldo Xabú (guitarra) e Rogério de Prince (bateria).

        A subida e descida da capixaba ao palco foram dificultadas pelas pessoas que queriam chegar perto, pegar em sua mão, fazer uma foto, abraçá-la. Simpática, ela sorria o tempo todo e realizou o desejo de muita gente, tanto que após o show permaneceu por cerca de quinze minutos, dando autógrafos e sendo fotografada.

        Eliana Ribeiro alertou sobre a destruição que as drogas provocam no mundo, pediu a todos que rezassem para ter forças na superação dos obstáculos e ensinou: “Quem se acha forte demais corre o risco de cair rapidamente, porque acha que não precisa de ninguém. Prefiro ser fraca. A pessoa fraca que busca a força em Jesus tem condições de superar todas as barreiras”. A quem já pensou em desistir da vida ou de ficar acomodado diante das dificuldades, a evangelizadora aconselhou: “Se você já viveu até hoje, resistiu a tudo até hoje, não existe motivo para desistir. Você precisa ser forte, buscar em Jesus essa força e continuar a caminhada”.

        No sábado pela manhã, após participar de missa na Catedral Metropolitana, Eliana Ribeiro concedeu entrevista ao CRIANDO PAUTA e a'O Jornal de Hoje (edição vespertina). Confira:

Criando Pauta - Qual o principal objetivo do seu trabalho?
Eliana Ribeiro - Evangelizar, procurar fazer as pessoas felizes, dentro dos ensinamentos de Jesus Cristo, com muita coerência. Eu tenho que praticar aquilo que prego e aí pregar aquilo que pratico.

CP - Qual sua maior preocupação, em saber que suas palavras, suas músicas, chegam a tantas pessoas por meio do sistema Canção Nova de comunicação?
ER - Procuro sempre o aperfeiçoamento, para que aconteça a eficácia nesse trabalho. Busco levar às pessoas o que aprendo dentro da Comunidade, com os ensinamentos que recebo, com as experiências que obtenho nas viagens.

CP - Quais os países que a senhora já visitou como missionária da Canção Nova?
ER - Portugal, onde morei, Israel, Estados Unidos, Itália e Paraguai.

CP - O slogan da comunidade é “Ser Canção Nova é bom demais”, mas além disso, o que é ser Canção Nova para a senhora?
ER - É a manifestação da misericórdia de Deus em mim. Ele havia reservado este lugar para mim. É uma iniciativa de Deus em minha vida. Até os 16 anos, eu tinha uma vida desregrada, envolvida com droga e outras coisas, mas aí veio esse chamado, para mostrar minha vocação e desde então eu só tenho melhorado e procurado melhorar as pessoas que me procuram.

CP - E o DVD “Barco a Vela”, o que representa para a senhora?
ER - Um encontro pessoal com Deus. O resultado desse trabalho tem mérito dos músicos, de toda a equipe, da minha interpretação, de algumas composições minhas, mas nada seria possível sem a graça de Deus. Eu nunca estudei música e de repente me vejo cantando! Cada música desse material tem uma história, uma identidade comigo e na gravação, que aconteceu em dois dias, antes de cantá-las, eu dizia aos músicos o que representavam para mim.

CP - A senhora diz que não estudou música e virou cantora que hoje começa a fazer muitos shows com esse DVD gravado ao vivo. Como se explica isso?
ER - É o que digo, uma realização de Deus. Quando eu tinha sete anos, minha mãe me deu um violão, mas nunca aprendi a tocar. Depois, ela me deu um teclado e eu também não aprendi a tocar. Um dia, já adolescente, num grupo de orações, foi feita uma oração por mim e veio a indicação de que eu deveria trabalhar com cânticos. Alguns dos colegas, que sabiam que eu tinha um teclado, disseram para eu levá-lo no próximo encontro. Eu avisei que não sabia tocar, mas eles insistiram. Quando tiveram a conclusão que eu realmente não tocava nada e como eu sempre fui muito comunicativa, disseram que eu poderia cantar e aí eu comecei a cantar nas missas, o que faço até hoje, foi assim que começou. Essa repercussão do meu trabalho eu devo a Deus, à mística da sua misericórdia.

CP - Quais as influências musicais recebidas pela senhora?
ER - Meu pai era caminhoneiro e muito eclético, gostava de ouvir tudo. Sempre que a gente entrava no caminhão, tinha música tocando e lá em casa a gente também ouvia todo tipo de música.

CP - Na música “Nossa alma”, a senhora fica emocionada ao falar de um acidente de carro onde seu pai morreu. Você, seu marido e noivo à época (músico Fábio Roniel, da Canção Nova), também vinham no automóvel. Você faz um relato desse fato. Por quê?
ER - Como eu falei, eu contava aos músicos sobre as histórias das músicas que nós estávamos gravando na minha vida. Mas não era para ficar gravado no DVD. Mas aquela história sobre o meu pai, que sempre me emociona, ficou a pedido do diretor do DVD, que disse que marcaria o trabalho pela minha sinceridade, por mostrar essa parte da minha vida e a força que tive para superar, com a ajuda de Deus, e prosseguir na caminhada como missionária.

CP - O que mais tem chamado sua atenção, quando se fala de problemas enfrentados pelas famílias hoje em dia?
ER - A realidade das drogas é muito forte e preocupante. A gente tem trabalhado tanto para combater, mas a droga parece que fica mais forte a cada dia. Nosso trabalho também é esse, de mostrar a todo mundo o mal que as drogas fazem. Eu quero ser o reflexo do poder de Deus para quem precisa desse acolhimento, porque Nele tudo é possível ser transformado.

Jornalista João Ricardo Correia entrevista Eliana Ribeiro


Eliana Ribeiro, no palco, interagindo com os músicos