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quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

REPORTANDO

Videogames: o perigo do vício

Folha Universal (
www.folhauniversal.com.br)

        No final do ano passado, um garoto japonês resolveu se casar. Mas o que aparentemente era uma notícia boa, na verdade, era o sintoma de um grande distúrbio. O problema era a noiva: uma personagem do videogame “Love Plus”, cujo objetivo é exatamente a formação de casais entre os personagens.
        A cerimônia real foi transmitida pela internet e teve mestre de cerimônia e, como testemunha, uma “amiga” da noiva, também virtual.
        Essas formas extremas de se relacionar com os jogos eletrônicos podem parecer até engraçadas, mas significam algo bem mais preocupante para quem as vivencia, mesmo que os usuários não cheguem a absurdos como no caso do jovem japonês.
        Uma pesquisa realizada pela Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, comprovou cientificamente o que muita gente já suspeitava: videogames viciam.
        O estudo coordenado pelo psicólogo Douglas Gentile entrevistou 1.178 jovens com idades entre 8 e 18 anos e concluiu que um em cada dez aficionados pelos games fazem uso patológico dos jogos eletrônicos. “Uso patológico quer dizer que alguma coisa que alguém está fazendo, neste caso jogar videogame, é prejudicial de diversas formas”, disse Gentile no estudo.
        Para o psicólogo brasileiro Alexandre Pill, do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática (NPPI) da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, o estudo é importante para alertar sobre o uso crescente dos videogames, usados tanto por adolescentes quanto por adultos.
        “O jogo é uma válvula de escape. E o vício é uma forma de encobrir, de compensar problemas que não se consegue resolver”, diz.
        Pill esclarece que os jogos mais modernos, usados em computadores e conectados em rede, têm dinâmicas diferentes dos de gerações anteriores. “Hoje, os jogos têm muito mais enredo, envolvem pela interação”, conclui.
        Segundo ele, é hora de começar a se preocupar quando a vontade de jogar começa a atrapalhar a vida social.
        “O diagnóstico é complicado porque depende de cada caso. Por exemplo, um pai que nunca jogou videogame na vida pode achar que o filho que passa duas horas jogando já está com problemas, o que não é verdade necessariamente”, afirma.
        Se a pessoa, porém, começa a deixar de sair com os amigos, cancelar viagens ou faltar a encontros familiares para jogar, pode ser indício de que a diversão deu lugar ao vício.
        Mas, ao contrário do que se pensa, o tratamento não é obrigatoriamente a proibição dos jogos ou a exclusão do computador da rotina do jogador. “O vício é só uma comissão de frente, um sintoma. É preciso tratar as causas.
A vida das pessoas depende cada vez mais dos computadores. Como dizer para alguém que não pode mais se aproximar da máquina?”, questiona Pill.
        O NPPI mantém um serviço gratuito de orientação psicológica online, que não é tratamento online, mas pode auxiliar na busca por ajuda especializada. Mais informações no site
www.pucsp.br/nppi.



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